Tudo sobre a minha hora de parto!
- Rafaela Peixoto
- 11 de fev. de 2017
- 5 min de leitura
Aquela pergunta tão habitual que todo o mundo faz:
Como foi na hora do parto?
E, logo a seguir vêm mais outras 500 atrás:
-foi parto normal ou cesariana?
-tiveste muitas dores?
-sofreste muito?
-quanto tempo estiveste em trabalho de parto?
-levaste epidural?
-sentiste o teu filho a sair?
-como foi quando viste o teu filho pela primeira vez?
(e por aí fora...)
Então vou-vos contar tudinho como foi.
A minha gravidez foi fantástica.
Zero enjoos. Zero desejos doidos. Zero vontade de doces. Exercício físico à vontade. Boa disposição em alta. E auto-estima no auge. Me sentia a ultima bolacha do pacote.
E ao todo engordei 14kg (perdendo logo no dia do parto cerca de 6kg e ao fim de duas semanas outros 5 kg devido à amamentação que acelera muito bem esse processo de perda de peso).
Com 36 semanas de gravidez comecei a sentir algumas contrações, leves, pela madrugada. FALSOS ALARMES. Embora não fossem muito dolorosas, eram o suficiente para me tirar o sono naquele momento e me fazer levantar da cama para realizar alguns exercícios que aprendi no curso de preparação para o parto na PREPAR.
Conversando com a minha linda e maravilhosa obstetra Luciana Puziello, da Cuf (de Cascais e das Descobertas) percebemos que seria interessante nos programarmos e ficarmos em modo bem alerta quando começasse as 38 semanas, pois aí tudo poderia acontecer e a qualquer hora.
A minha médica estava bem ciente de que eu queria muito parto normal. Porém, ainda era muito cedo para ter essa certeza, até porque dilatação não havia nenhuma. E por esse mesmo motivo, ela recomendou continuar a ir ao curso de preparação para o parto, assim como continuar a fazer exercício fisico (bem leve, acima de tudo caminhadas) para que a dilatação aumentasse.
Chegando às 39 semanas, levei mais queixas de contrações à minha médica - uma ultima bem dolorosa no dia anterior que me fez ir ao Hospital de Cascais pelas 4h da manhã (e lá me disseram que estaria a entrar em trabalho de parto) - ao qual ela ao me consultar verifica que já estava com quase 3 dedos de dilatação e como nesse dia (6 de Dezembro de 2016) ela estaria de plantão a noite toda na Clínica, achou por bem nos preparar de que o nascimento do nosso filho seria por esse dia ou mais propriamente noite (pois era sempre de madrugada que as contrações vinham).
Para que não estivéssemos a ir para casa tranquilos e do nada termos de ir a voar para a maternidade então já ficamos por aquelas bandas e fomos passear ao shopping vasco da gama precisamente para eu caminhar, caminhar e caminhar para estimular mais a "coisa".
Chegando a noite, pelas 21h fomos para a Clínica e lá nos prepararam um quartinho muito bem equipado e super aconchegante, para que eu e o meu "namorido" pudéssemos estar confortáveis para a chegada do grande momento emocionante.
Lá já estava ligada aos aparelhozitos que indicavam as contrações que estavam cada vez mais intensas e os batimentos cardíacos do meu filho, e enquanto isso ia realizando exercícios físicos e respiratórios com a bola de pilates e o meu amor sempre a acompanhar o mesmo que eu fazia. Era girissimo.
O apoio e acompanhamento da minha médica foi incondicional. De meia em meia hora, máximo 1h, ela vinha-me monitorar e me ajudar com outro tipo de exercícios de respiração e força para o grande momento.
De repente, a bolsa das águas rebentam. Eu já estava deitada. Uma grande poça de água fica na cama, esta é a minha descrição. Parecia ter feito xixi. ahahahah. Aí rapidamente me colocaram a anestesia epidural (que obviamente eu já tinha falado que queria e nem queria saber de experienciar as dores fortes das contrações loucas).
E GRAÇAS A DEUS NÃO SEI O QUE ISSO SIGNIFICA.
Aí, parece que as contrações foram ficando mais doidonas e a dilatação disparou.
Num espaço de quase 1h ou 2h ganhei os 9 dedos e meio de dilatação e....Foi às 3h da manhã que corremos para o bloco de partos porque o meu filho ia nascer logo logo.
Chegando ao bloco de partos, só deu tempo de me trocarem para a marquesa de parto (pois eu não conseguia ter muitos reflexos nas pernas devido à epidural), foi tempo de esperar que o meu amor se prepara-se para entrar e ficar do meu lado, e mal ele entra começou a equipa médica toda em conjunto a gritar em coro: "É agora Rafaela, está tudo pronto, forçaaaaaaa". E eu, meia atrapalhada, sem saber ao certo como fazer força, gritei. A minha médica disse que não era gritar, era fazer mesmo força, e o meu amor só me dizia ao ouvido "vamos amor, tu consegues, força, tem de ser". Novamente a equipa "Força Rafaela". E eu lá fiz uma força do tamanho do mundo e puf saiu a cabecinha. A minha médica falou "Boa Rafaela, já tenho a cabecinha, é cabeludooooo. Vamos só mais uma força". E aí com a ajuda de uma enfermeira que me dava a mão, lá pressionou o cimo da minha barriga para ajudar a descida do meu filho. E nessa 3ª força gigantesca que eu faço heis que sai o meu filho e o vejo pela primeira vez.
No momento que colocam o meu filho no meu colo pela primeira vez nem tenho palavras para vos descrever. Foi um amor tão grande que eu senti, foi um sentimento tão forte de ter de o proteger de tudo e de todos. Vê-lo tão frágil, tão molinho e pequenino só queria que ele voltasse para dentro de mim onde estava 200% protegido e sempre comigo. É estupido o que estou a dizer, mas acreditem que foram estas as coisas que me passaram pela cabeça. Era um sentimento tão grande tão grande que não conseguia parar de chorar. Sim chorava mesmo desalmadamente. Quer eu, quer o meu amor. E ele, com toda aquela emoção de me ver naquele desgaste fisico, no final só me agarrava e beijava e agradecia por finalmente termos o nosso filho cá fora. Por ele finalmente o ver, o sentir o tocar. Pois, para os homens não é a mesma coisa que para as mulheres, que passaram 9 meses inteiros a sentir o bebé a todo o instante, que falavam com ele, e se conectavam a toda a hora. Pelo menos, eu por mim falo. Desde o momento que soube que estava grávida a minha conexão com o meu filho era inacreditável. Eu quase que me punha a imaginar como ele estaria dentro de mim. Quase como se um raio-x eu fizesse toda a vez que eu olhava para a minha barriga.
Pois bem minhas queridas, assim foi todo o momento do parto.
Foi bem rápido, tranquilo e sem grandes sofrimentos. Claro tudo isso graças à equipa médica fantástica que tive do meu lado e, obviamente, todo o apoio da minha família, que me proporcionou sempre um estado de espirito bem calmo.
E assim, dia 7 de Dezembro de 2016, pelas 3:39 da madrugada, nasceu o meu filho Lucca, com 3,040kg e 49 cm. De parto normal. Levando 4 pontinhos. E estando perfeitamente normal, podendo me levantar, passado 12h. É a vantagem do parto normal, é que passado o tempo recomendado para acabar totalmente o efeito da epidural, a gente se sente normalissima e como se nada se tivesse passado. Já estava de pé, tomando meu banho tranquila, indo à enfermagem dar banho no meu neném e etc.
Próximo post falar-vos-ei da amamentação!
Fiquem atentas.









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