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AMAMENTAR - Uma arte que se aprende!

Amamentar é lindo, é natural, é barato, é simples, é desde os tempos imemoriais.


Talvez vos vá chocar um bocadinho com este artigo, mas ao contrário de muitas recém mamães, eu não tive qualquer problema com a amamentação.

Amo amamentar o meu filho, desde o primeiro dia que ele pegou o peito.

Mesmo ainda sem qualquer colostro, mesmo ele tendo perdido peso no 2’ dia de vida, mesmo tendo a equipa de enfermagem a lhe querer dar suplemento (algo que eu recusei completamente) e mesmo tendo tido uma noite a acordar de 2 em 2 horas a persistir com a amamentação, eu estava bem determinada a querer só dar peito ao meu filho e bem focada em fazer de tudo que fosse possível e imaginário para que viesse a ter muito leite para o alimentar.


Fica a saber os meus truques para que esta experiência seja, também para ti, a melhor e a mais bonita experiência da vida de uma mamãe.




Amamentar o meu filho era algo que eu tinha toda a certeza que queria que acontecesse, custasse o que custasse.


Confesso-vos que, quando ainda estava grávida, andava bastante assustada com tantos artigos que lia sobre os horrores da amamentação e os testemunhos de muita gente conhecida a contar que os mamilos ficavam gretados, sangravam, o peito doía, o desconforto e o mal-estar que causava às mães e etc, etc.

Esse medo fez com que me preocupasse mais e tentasse procurar soluções para que tais coisas não me acontecessem.


Novamente, guiando-me por vários artigos científicos e também com as informações da minha querida e fantástica obstetra, percebi que existia uma série de procedimentos que deveria seguir enquanto ainda não tinha o bebé cá fora para amamentar. Procedimentos esses que serviam para preparar e fortificar a pele, tão sensível, do mamilo e aréola mamária.


Com base nos meus estudos, comecei então todos os dias, a partir do 6’ mês mais ou menos, a esfregar os mamilos no banho com uma esponja áspera e todo o seio com a luva de crina de cavalo. E quando saía do banho, enquanto me secava com a toalha, também não esquecia de, novamente, esfregar toda essa mesma área com alguma força, mas sem nunca machucar ou ferir a pele. Dessa forma, estava a preparar essa região para a amamentação, tornando a pele um pouco menos sensível e mais resistente.

Para não bastar, de noite, sempre que me lembrava antes de me deitar, ainda tinha o cuidado de colocar a fabulosa pomada GRETALVITE (recomendação da minha mãe que utilizou quando eu era bebé e que da mesma forma nunca chegou a ter os mamilos gretados). Com essa pomada, que é apropriada para fortificar a pele do mamilo e não os deixar gretar, massajava toda a área.


O grande dia chegou. E meu neném nasceu de madrugada, pelas 3h da manhã. Obviamente, estavamos ambos cansadíssimos e não amamentei como é costume se fazer logo após o parto. Apenas fiquei com ele ao colo e juntamente com o meu ‘namorido’ ficamos a noite toda acordados só para admirar a sua beleza. Não é por ser meu filho, mas é que ele era e é mesmo muito lindo desde que nasceu. Não estava nada enrugado, nem vermelhão, nem muito menos de olhos fechados. Pois mal cheguei ao recobro, onde ele já estava com o meu amor, lá estava ele de olhos bem abertos a orientá-los em direção à minha voz, muito atento e sem chorar uma única vez. Foi um amor logo à primeira vista sem duvida.


Bom, mas continuando o que estava a dizer, só então na manhã seguinte é que experienciei a amamentação. E digo-vos que não foi imediatamente fácil. Não foi, no sentido em que ele não sabia muito bem como funcionava a amamentação, muito menos eu. Tive de ter as enfermeiras à minha volta, a ajudar-me a que ele agarra-se direitinho o peito, pois ele não abria muito bem a boca e com elas aprendi as melhores técnicas de lhe abrir bem a boquinha para que ele agarra-se bem o mamilo e uma boa parte da aréola (sendo assim logo o ponto de partida para não machucar o mamilo), e claro logo que ele terminasse eu colocava logo de seguida o gretalvite.


No momento em que o meu neném agarrou bem o peito e fez a sucção para se alimentar (relembro-vos que ainda nem colostro tinha), foi uma grande alegria para mim. A gente ouve tantos casos de mães que não conseguem ou não têm leite, que o que eu mais desejava era conseguir amamenta-lo. Claro que esse momento de felicidade, após 5 minutos dele iniciar a sucção, passaram a desespero total. Surgiram do NADA umas cólicas horrorosas que me assustaram imenso. Eram como se tivesse a ter umas contrações do parto (e lembro-vos mais uma vez que as contrações que eu tive de trabalho de parto eram bem suportáveis) ESTAS ERAM INTOLERÁVEIS. Logo de imediato, tive de o tirar do peito, pedir ao meu amor para o pegar ao colo e chamar desesperadamente uma enfermeira para me dizer o que se estava a passar comigo, pois ninguém me tinha informado de NADAAAAAA. Aí, a enfermeira explicou-me que amamentar faz com que o útero se mantenha contraído (daí as cólicas) ajudando a conter o sangramento no pós-parto e acelerando a regressão do órgão para o seu volume normal.


Apartir do momento que fiquei a entender o que estava a acontecer com o meu corpo, acalmei e fui-me aguentando àquelas contrações. Custaram sim. São super desagradáveis. Mas tudo isso fazia parte de uma evolução do meu corpo. E logo aí começou a descer o colostro. E, ao 3’ dia pós-parto, quando regressei a casa, já tinha leite e em abundância. Foi maravilhoso, sentir-me capaz de alimentar o meu filho. Mesmo depois das dores iniciais e o desconforto da boquinha do meu filho a sugar o peito com tanta força. Mas é como vos digo, é maravilhoso amamentar. Fortalece a relação mãe-bebé e aproxima imensamente os dois numa atitude de carinho, cuidado e proteção.











Para o bebé, estar no seio da genitora é sentir-se novamente seguro, perto daquilo que ele mais conhece. Para a mãe, é uma sensação única de ser capaz de nutrir uma criatura, é entender que faz sentido toda a preparação do corpo durante a gravidez, é um momento ímpar de conexão com o filho que acabamos de conhecer.


Iniciar a amamentação pode ser estranho e desconfortável, como vos contei, mas se soubermos entender o nosso corpo e a evolução que ele está a ter, acreditem que conseguem superar os 3 primeiros dias, que são os cruciais e os que sentimos dificuldades. Além do mais, o nosso psicológico conta muito. Pois uma mãe que queira muito amamentar o seu filho, verdadeiramente, ela vai conseguir de certeza. Aquelas que têm medo, não conseguem entender os sinais do próprio corpo e não prepararem os mamilos será quase certo que vão querer desistir, ou o leite poderá não descer, ou mais dia menos dia poderá secar.


Minhas queridas, entendam que amamentar exige informação de qualidade sobre o assunto. Exige apoio. Exige tempo, disposição, entrega, enfim. Exige, por vezes, apoio profissional, de especialistas em amamentação, que podem ajudar de forma prática. Não tenham medo de chamar por elas as vezes que forem precisas. Olhem no meu caso, quando me disseram que o meu filho tinha perdido peso e se continuasse assim iam-lhe espetar com suplemento, eu nem dormi só para estar de 2 em 2 horas a amamentá-lo e todas essas vezes eu chamei a enfermeira para me ajudar a encaixar a boquinha dele.


Amamentar exige entender que tem dias que o bebé vai querer ficar no peito o tempo todo, e que isso é normal.

Que o bebé chora e só o peito o acalma, e que isso é normal.

Que com o tempo o bebé vai querer cada vez menos mamar e, um dia, muito em breve, não precisará mais da mamãe.


Ahhhh e outro beneficio muito incrível da amamentação, é que ajuda-nos muito a recolocar mais rapidamente os órgãos no lugar certo, ajuda-nos a perder peso e a recuperar a nossa silhueta anterior sem grandes esforços.

Portanto, como vêem amamentar é super bom para as mamães. E para os bebés, é fundamental para ganharem logo uma série de nutrientes e imunidades que só o leite materno é capaz de lhes passar.



(8 meses grávida X 2 meses pós-parto)




Então é assim, eu defendo a amamentação. Porém, entendo que ela deva ser uma escolha. Uma escolha da mãe, baseada em informações verdadeiras e não em mitos ou conselhos malfadados. A amamentação deve durar o tempo que for bom para ambos, em que mãe e o bebé se sintam felizes e satisfeitos. Amamentar não faz de ninguém mais ou menos mãe (até porque isso não existe), mas faz de nós, mulheres, mais empoderadas, mais cientes do nosso próprio corpo. Nos faz mais políticas: entendendo o que é melhor para os nossos filhos, passamos a lutar pelo que é melhor para todas as crianças.



Portanto eu digo “VIVA À AMAMENTAÇÃO”!





 
 
 

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