Os diversos dilemas sobre dar colinho ao bebé!
- Rafaela Peixoto
- 13 de mar. de 2017
- 9 min de leitura
A questão dos nenéns se habituarem ao colo gera acesos debates entre estudiosos e os próprios pais. Uns defendem que os bebés têm manha, que sabem bem que chorar os leva a ter colo. Outros afirmam que não, que o neném pede colo porque sente desconforto e o colo serve para o acalmar.

Pessoalmente, eu acho que ambas as situações existem, dependendo de bebé para bebé. Existe ainda o fator da própria personalidade do bebé, das suas necessidades e carências e do momento do dia e da sua predisposição, que como sabemos, ao final do dia, a maioria deles fica mais impaciente e a necessitar de maior atenção. E essa atenção de que eles necessitam, só os pais é que irão definir o melhor método a atender. Na realidade, essa definição acaba por caber mais às mamães, por passarem a maior parte do tempo com o seu biju. Então, umas preferem atender a necessidade do bebezinho com colo, outras passeando com ele no carrinho, outras optam por interagir com ele conversando, cantando e estimulando a sua parte social, outras colocando-o no sling ou marsupio e continuam a fazer as tarefas que têm a fazer, e por aí fora.
Então qual destes métodos é o perfeito ou o milagroso para se seguir?
Esta questão cria uma série de respostas. Mas, a meu ver todos os métodos são perfeitos, desde que os pais e os bebes estejam confortáveis e felizes com a situação que optarem. Afinal de contas não há um manual de instruções dos bebés, nem todos são iguais, nem todos reagem daquela forma que tanto se esperava. Assim como nós adultos, somos todos diferentes. Eles são pequenos 'serumaninhos' que absorvem tudo ao seu redor e como consequência serão o reflexo dos próprios pais e dos seus ensinamentos. Portanto nesta questão tão delicada do colo e não colo, sempre e a toda a hora, se vicia ou não vicia, penso que cada pai é que saberá e deverá encontrar essa resposta no seu coração e somente junto da sua família, consoante as suas próprias filosofias, ideologias e práticas. Pois, tudo na vida só se consegue resposta através da tentativa/erro. Portanto nada melhor do que cada um ir buscando as suas próprias soluções. No entanto, acredito que não existe dar colo demais a um bebé. O que acontece principalmente nos dois primeiros meses de vida, é que o neném ainda se está a adaptar ao mundo que o rodeia e por muito cansados que os pais estejam, o bebé não sabe disso. Logo, chora sempre que precisa de um aconchego, algo que o lembre do interior da barriga da mamãe, algo que o faça sentir-se seguro. Mas com o passar dos meses, o neném vai ganhando a capacidade para se tornar mais independente, só que ainda não o sabe e é aí que ele precisa da ajuda dos pais.
Assim, o ideal é, desde pequenino, habituar o bebé a ir estando na alcofa, no berço, na espreguiçadeira, na cama, no ovo, no carrinho, etc, mas ainda acordado e principalmente com a mamãe ao seu lado a conversar e a brincar com ele, para que ele entenda que o facto de não estar no colo não significa propriamente que está sozinho e sem o aconchego da mãe (que é a pessoa que ele melhor conhece e mais necessidade tem da presença).
Nas primeiras vezes ele provavelmente começará logo a chorar mal saia do colo, mas não vale desesperar, muito menos desistir. Ainda antes de o colocar onde o quer colocar é bom ir falando com ele e aí quando é colocado, deverá brincar com ele ainda com mais intensidade. Vai ver como ele acalmará rapidinho e até vai achar imensa piada às macacadas. E à medida que se vai repetindo o processo e que se aproxima o terceiro mês de vida, ele ganha mais autonomia e vai percebendo que afinal não estar no colo da mãe não significa estar sozinho, e o tempo vai passando e ele cada vez mais vai-se entretendo sozinho, por mais tempo. A ajuda da mamãe é fundamental. Vale contar histórias, mostrar as ilustrações num livro, utilizar as mãos para fazer personagens, criar barulhos engraçados, fazer caretas, etc. Vale qualquer macacada para o bebé perceber que não está sozinho só porque o pousam.
"O apego seguro depende da atenção que é dedicada à criança, na rapidez e na eficácia com que o cuidador atende as suas necessidades, aceitando os seus sentimentos e dando-lhe consolo e segurança". Esta é a teoria proposta pelo pedopsiquiatra Jonh Bowly, que defende que todas as crianças (à exceção de casos patológicos) estabelecem um apego que pode ser seguro ou inseguro.
Segundo o pedopsiquiatra não é simplesmente o dar colo ao neném ou criança que se está a transmitir afeto e segurança. Existem muitas outras formas (alguns exemplos anteriormente mencionados) que também vão conseguir transmitir segurança ao bebé. O importante é transmitir sempre sentimentos e comportamentos serenos ao mesmo, respeitando as suas necessidades, receios e inseguranças. Isto requer uma grande sensibilidade por parte dos pais em tentar interpretar o problema ou incómodo do próprio filho (o que é bastante difícil nos primeiros tempos, porque a sua única forma de comunicar é o choro) mas só tentando e experimentando alternativas, para além do colo, é que os pais irão conseguir o sucesso. Esses incómodos podem ser vários, como fralda suja, fome, babete e roupinha molhada, refluxo e precisa de arrotar, uma etiqueta da roupa a coçar o corpinho, uma arranhadela no rosto, uma cólica, pele seca, sono (e por vezes fazem resistência e é necessário maior paciência) ou simplesmente o bebé quer olhar para a mãe e vê-la a conversar ou sentir o seu cheiro e carinho.
O especialista explica ainda que, muitas vezes é possível dar colo mas ignorar completamente a criança e rejeitá-la emocionalmente. Quando o bebé/criança chora é porque precisa de alguma coisa, está assustada ou sente algum desconforto. Chorar é a forma de que dispõe para comunicar uma determinada necessidade ao seu cuidador. Se este não valoriza o episódio, não a conforta, não tenta compreender o que se passa e o que motiva o choro, não está verdadeiramente a dar-lhe atenção. A qualidade da primeira relação (por norma estabelecida com a mãe) é determinante para a qualidade das restantes relações ao longo da vida. Quando a mãe está presente, o bebé sente-se seguro para se aventurar à descoberta do mundo porque sabe que ela estará sempre presente.

Adorei e partilho com vocês este texto da Famivita onde muitas se devem refletir nele: A maternidade é um sonho para a grande maioria das mulheres, mas não é só de flores que ela é feita. Mulheres são feitas de carne e osso, se irritam, cansam e precisam de um momento só para elas, o que se torna muito mais difícil após se tornar mãe, ainda mais quando o bebê só quer colo. Quando nasce o primeiro filho, a mulher fica deslumbrada com aquele bebezinho tão sonhado, cheirosinho. Afinal como é bom ficar com ele nos braços e vê-lo a dormir aconchegado no calor do seu corpo, não é? Mas seguindo o pensamento de que esse momento irá passar tão depressa, que deverá aproveitar cada segundo, a mulher vai ninando horas a fio e passa 24 horas do seu dia com o pequeno bebezinho nos braços. Os meses vão passando e a vida tem que seguir e aquele hábito tão gostoso e apreciado nos primeiros meses começa a ficar exaustivo, pois, até para tomar um banho o bebé não consegue ficar sozinho no berço. Para dormir é uma verdadeira coreografia, de balança aqui e balança pra lá. Para lavar uma louça, estender uma roupa ou fazer qualquer serviço de casa é uma tortura, pois o seu bebé não aceita ficar nem no carrinho. Esse é um assunto que divide opiniões, pois, muitas mulheres e mães defendem o método do colo em tempo integral, mesmo sendo muito sacrificante e exaustivo. Existe também o caso de mães de primeira viagem e obvio com a dificuldade da adaptação nos primeiros dias, acaba sentindo dificuldade nos primeiros meses. O bebê tem como meio de comunicação o choro, e nos primeiros dias até que se adaptem um ao outro é difícil de identificar os motivos de tantas lágrimas, e cada choramingada, a mãe corre para pegá-lo. O bebé aprende tudo muito rápido, inclusive por repetição, por isso ele vai aprender rapidinho que quando chorar alguém vai pegá-lo imediatamente. Claro que o colo da mamãe e do papai é o melhor lugar do mundo e mais confortável que o berço, o carrinho e o bebé conforto. Então para que ele vai querer ficar, não é? A mudança desse hábito é de extrema importância para a harmonia familiar, já que o bebê não é o único membro da família e muito menos o centro do mundo. A mãe infelizmente não pode ficar a disposição 100% do seu tempo, afinal existem afazeres, não é? Roupas pra cuidar, comida para fazer e casa para organizar. A rotina da mulher vai muito além de somente ninar o bebê e ficar com ele nos braços. Existem formas de mudar esse costume, mesmo que seja bem difícil no inicio. Os pais tem que ser persistentes, afinal isso, não só dará mais tempo para eles como permitirá que seu bebê se desenvolva melhor, coisa que dificilmente conseguirá o tempo todo no colo. Procure deixá-lo em locais que possa estar a observar claro, converse com ele e interaja com brinquedos e formas atrativas. O caminho é mostrar que ele estará protegido e perto da mamãe mesmo que esteja em um carrinho. E que sim, o berço é um local aconchegante e gostoso para adormecer depois de um banho quentinho e com a barriguinha cheia. Toda mudança de costumes requer tempo e insistência, mas pelo bem da família vale a pena enfrentar. O bebê só Quer Dormir no Colo! E Agora? A mesma questão se repete! Devido ao costume desde recém-nascido, os bebês acabam criando hábitos e só querer dormir no colo é um deles. Ou você desde o inicio o acostuma a dormir sozinho após a mamada ou o deixa adormecer nos teus braços. Só não esqueça que eles acostumam depressa ainda mais com colo. Você pode até gostar de nina-lo, afinal é tão gostoso vê-lo pegar no sono no aconchego dos seus braços. O problema é que o bebê acaba criando certa dependência e não conseguirá voltar a dormir sozinho em cada despertar, inclusive no meio da noite. Se ele for estimulado a desassociar o colo, do choro e principalmente do sono, sem precisar que alguém o pegue e o balance, tornará o seu bebe mais seguro e independente além de não se tornar um momento tão desgastante e cansativo para os pais. Mas se você já deixou seu filho acostumar a dormir no colo e agora esta sofrendo por isso, saiba que existe SOLUÇÃO SIMMMMMM! É possível mudar a rotina e proporcionar melhores hábitos para o bebê, como criar um ritual na hora de dormir que farão com que ele acostume a adormecer logo após os preparativos. Você pode criar o seu próprio ritual do sono, dê um banho gostoso, conte uma historinha e faça muito carinho e logo após a mamar coloque-o no berço. Normalmente essa rotina sendo utilizados todos os dias no mesmo período, fará que ele acostume e relaxe conseguindo adormecer de forma tranquila e sozinha. Para os que já estão acostumados com o balançar dos pais, pode levar mais um tempo inclusive com muita choradeira, mas a persistência e o carinho farão que ele entenda a nova rotina. Quando ele chorar, você pode acaricia-lo e acalma-lo, mas sem tira-lo de dentro do berço. Mostrando assim que o berço é sim um lugar confortável e gostoso para ficar e que você está ali do seu ladinho para acaricia-lo, e com muito carinho ele vai conseguir adormecer. Existem os casos que os pais não conseguem realizar esse momento de “treinamento” acabando por se tornar ainda mais estressante do que ter que ficar de pé balançando o bebe.
(https://www.famivita.pt/meu-bebe-so-quer-colo-o-que-fazer/)

Um grande resumo de tudo o que aprendi sobre o assunto: – Antes de mais nada, certifica-te de que o bebé não está com algum problema (cólica, refluxo, entre outros exemplos acima numerados). Por estar incomodado, ele naturalmente se sentirá melhor no colo da mãe e rejeitará a ideia de permanecer noutros locais. Aliviando o desconforto, será natural que o bebé se sinta melhor em ficar no berço, carrinho, cercadinho ou mesmo brincando. – O sling pode ser uma ótima opção (um grande número de mães conhecidas dizem que assim resolveram o problema!). Ou seja, o bebé continua no colo, mas elas ficam com as mãos livres para desempenhar as suas atividades diárias. – Para acostumar o bebé a outro local sem ser o colo, é preciso uma dose extra de paciência, uma vez que o hábito já está instalado. Tente mudar o foco da sua atenção para um brinquedo, ou objeto, até que ele aceite sair do colo. Com equilíbrio e parcimônia, vale usar a televisão, um móbile preso ao carrinho, música, ginásio de atividades, cadeirinha vibratória. – Brinca com o bebé na cama, no carrinho, faz com ele perceba que outros locais também são divertidos, não só o colo da mamãe. – Dedica um momento do teu dia especialmente ao teu neném. Pode ser que ele esteja a sentir a tua falta, e com essa atenção especial ele vai se sentir seguro quando afastado do teu colo.
FICA A NOTA: Ter filhos é um treinamento constante de pais e filhos, que infelizmente não existe manual. Estamos em constante aprendizagem e erraremos muito tentando acertar, mas tudo é realizado com muito amor. Portanto nunca se culpe pelo que seu filho faz ou deixa de fazer, afinal para tudo existe mudança e quando é para melhorar a convivência da família, sempre vale a pena.
Ame muito o seu biju e dê-lhe todo o mimo que bem entender, e dê-lhe MUITO, pois o bebézinho que é hoje um dia deixará de ser bebézinho e aí a saudade vai apertar dos tempos em que lhe pegava ao colo e o amassava com toda a sua força!






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